Anunciada ontem, a decisão de colocar Adriano Pires no comando da Petrobras estava definida pelo governo Bolsonaro há cerca de dez dias e foi uma escolha política que ignorou qualquer sugestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, informou o blog da Andréia Sadi. A colunista do g1 e da GloboNews relatou que o Planalto espera uma gestão com comunicação política para estancar e neutralizar efeitos eleitorais de decisões da estatal no preço do combustível.
O que disse Silva e Luna, o atual presidente?
O presidente da Petrobras, general da reserva Joaquim Silva e Luna, de saída do cargo após ter sido substituído pelo presidente Jair Bolsonaro, afirmou hoje que, por lei, a estatal não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis e "menos ainda" política partidária. Ele fica no cargo até o mês que vem, quando assumirá Adriano Pires, escolhido por Bolsonaro. Sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pires é doutor em economia industrial pela Universidade de Paris XIII e tem mais de 40 anos de atuação no mercado de energia.
Qual é o contexto da mudança?
Bolsonaro ainda não explicou oficialmente por que tomou a decisão de tirar Silva e Luna. Nos últimos meses, o presidente da República vem manifestando insatisfação com a posição da estatal de repassar, para o combustível vendido nas refinarias, os sucessivos aumentos no preço internacional do petróleo. Para Bolsonaro, que está preocupado com a inflação em ano eleitoral, a empresa deveria segurar os preços, mesmo com a disparada do petróleo no mundo todo, causada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia.